CRISE
Reportagem completa: Regime Maduro impede entrada de ajuda e distúrbios deixam mortos e feridos; veja vídeo

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5 anos atrásem

Em uma demonstração de força, o regime do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, impediu neste sábado (23) a entrada de toneladas de alimentos, remédios e itens de primeira necessidade enviados pelos EUA pelas fronteiras de Brasil e Colômbia.
Confrontos ocorreram nas fronteiras com os dois países, quando caminhões e manifestantes tentaram romper os bloqueios militares para fazer entrar a ajuda humanitária. Segundo Bogotá, os distúrbios deixaram 285 feridos, sendo 255 venezuelanos e 30 colombianos.
À noite, Brasil e Colômbia retornaram os caminhões para seus respectivos territórios.
Em Santa Elena, cidade fronteiriça, três morreram neste sábado (23) no hospital da cidade, segundo funcionários de saúde venezuelanos. Outros quatro baleados cruzaram a fronteira e foram enviados a Boa Vista.
Na sexta, uma mulher venezuelana já havia morrido em confronto com militares. Já são 13 manifestantes transferidos para o Brasil para atendimento médico.
No final do dia, opositores que se concentravam do lado brasileiro entraram em confronto com militares venezuelanos na divisa.
A confusão começou após manifestantes colocarem fogo em um prédio que estava sendo usado como base pelas forças de Maduro.
Os militares reagiram jogando gás lacrimogêneo, enquanto os manifestantes lançaram coquetel molotov. Um manifestante foi socorrido.
Dois caminhões colombianos foram queimados em pontes ligando Cúcuta, na Colômbia, a Ureña, na Venezuela. Eles estavam em uma caravana de quatro veículos, de um total de 14, que tentaram seguir viagem depois que os manifestantes romperam uma barreira da Guarda Nacional Venezuelana.
Veja fotos:
Uma multidão tentou retirar as caixas dos caminhões enquanto o fogo destruía os carregamentos.
Na ponte Simón Bolívar, o principal ponto de acesso dos venezuelanos a Colômbia, os confrontos duraram algumas horas.
Os opositores de Maduro atacaram com paus e pedras, e os militares reagiram disparando balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e tiros para o alto. Paramilitares conhecidos como “colectivos” abriram fogo contra os manifestantes.
“Com pedras será impossível”, contava um jovem com o rosto coberto que tentava atacar as tropas venezuelanas por baixo da ponte.
“O regime usurpador se vale dos atos mais vis e tenta queimar um caminhão com ajuda humanitária que se encontra em Ureña. Nossos valentes voluntários estão fazendo uma corrente para proteger a comida e os remédios”, escreveu em uma rede social o líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países. O vídeo abaixo mostra os veículos em chamas.
Veja o vídeo:
Apesar de algumas deserções de soldados e oficiais de baixa patente —60, segundo a agência migratória colombiana—, as Forças Armadas da Venezuela se mantiveram coesas e agiram com força.
Do lado brasileiro, a chegada de duas camionetes foi acompanhada pelo chanceler Ernesto Araújo e pelo encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Willian Popp.
Em entrevista na Polícia Federal em Pacaraima, Araújo disse que não há uma “linha vermelha” que possa interromper a continuidade da operação. “Só se o caminhão quebrar.”
“Vamos continuar com o plano original de que os caminhões entrem na Venezuela para que a distribuição seja feita do lado de lá. É uma questão de tempo.”
A representante de Guaidó no Brasil, María Teresa Melandria, culpou Maduro por ter conseguido reunir apenas duas camionetes. “Os caminhoneiros foram ameaçados de perder a licença e os caminhões e levá-los presos”, disse.
O fracasso da operação é uma dura derrota para Guaidó, que contava com fazer com que os militares desobedecessem a Maduro e deixassem a ajuda passar.
No dia anterior, deputados venezuelanos exilados afirmavam que um “tsunami” de pessoas iria abrir caminho para o comboio humanitário.
“Nós vamos atravessar, acredite, haverá tanta gente, tanto povo, que os soldados não impedirão nossa passagem”, dizia a deputada Gaby Arellano.
Veja o vídeo:
Relações diplomáticas
Em discurso diante de uma multidão em Caracas, o ditador Nicolás Maduro anunciou neste sábado (23) o rompimento de relações diplomáticas com a Colômbia e deu às representações do país vizinho o prazo de saída de 24 horas.
Sob a presidência de Iván Duque, a Colômbia foi país que atuou de forma mais consistente para pressionar o regime venezuelano com a entrega dos mantimentos.
Sobre Duque, Maduro disse: “Parece que ele tem cachinhos mas, eu diria ‘você é o diabo’. E você vai se arrepender de se meter com a Venezuela”.
“Maduro não pode romper relações diplomáticas que a Colômbia não tem com ele”, afirmou a vice colombiana, Marta Lucía Rodríguez.
Veja o vídeo:
“Nosso governo não indica embaixador para lá nem reconhecemos o embaixador de Maduro, pois seu mandato terminou no dia 9 de janeiro. É um simples ditador que ocupa por força o Miraflores.”
Maduro também fez referências ao Brasil. “Mandei uma mensagem. Estamos dispostos, a comprar todo arroz, todo leite em pó, toda a carne. Mas pagando. Não somos mau pagadores. Nem mendigos.”
Em nota, a Presidência da República afirmou que “a participação do governo brasileiro foi exitosa em reunir e transportar as doações até o destino de distribuição.”
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ACRE
Com 3 meses de salários atrasados, motoristas de ônibus fazem protesto e paralisam em Rio Branco

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4 anos atrásem
19 de maio de 2020
Ato ocorreu na frente do Terminal Urbano nesta terça-feira (19). Profissionais também alegam falta de EPIs.

Com 3 meses de salários atrasados, motoristas de ônibus fazem protesto e paralisam em Rio Branco — Foto: Ônibus não saíram do Terminal Urbano em Rio Branco nesta terça-feira (19).
Motoristas de ônibus resolveram parar as atividades na manhã desta terça-feira (19) protestando contra o atraso de três meses de salário. De acordo com o líder do movimento, Gleyson Fernandes, motorista da Auto Viação Floresta, a situação está insustentável e muitos profissionais estão passando fome.
A categoria cruzou os braços e se concentrou em frente ao Terminal Urbano, depois seguiu para a frente da prefeitura, no Centro de Rio Branco.
“Nosso pagamento está atrasado desde março abril e maio. Sem contar nosso FGTS e INSS. Queria que a prefeita da cidade desse um olhar especial ao transporte coletivo da cidade de Rio Branco, porque está sendo o caos. Os ônibus estão rodando porque ainda tem alguns motoristas que acham que isso aqui vai funcionar e não vai funcionar do jeito que tá. A situação é realmente precária, estamos passando necessidade, passando fome”, alega.
Além de salários atrasados, os motoristas também tiveram auxílio cortados e convênios suspensos. “Cortaram nossas horas extras por conta do coronavírus. Agora, o salário é só o base da carteira e nem assim ela consegue nos pagar. Então, a empresa está nos mostrando realmente que ela não tem compromisso com os trabalhadores e sociedade de Rio Branco”, se revolta.
O Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac) confirmou o atraso nos salários e disse que vem tentando negociar com a empresa há meses, mas que recebe a informação que a empresa está sem condições de pagar. Francisco Marinho, presidente do sindicato, diz que alertou a categoria pelo fato de parar 100%, mas não teve sucesso.
“Acontece que eles estão passando por necessidade e querem receber. Não tem mais como controlar”, diz.
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Motoristas alegam que não recebem apoio da empresa e nem EPIs — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre.
Sem EPIs
A categoria alega ainda que está trabalhando sem os equipamentos de proteção, inclusive, uma das exigências da prefeita Socorro Neri ao reduzir a frota de ônibus por conta da pandemia.
As empresas deveriam fazer a higienização dos carros e disponibilizar os EPIs aos colaboradores.
“Até o momento não prestaram nenhum tipo de assistência em questão do coronavírus atualmente, não prestaram nenhum tipo de auxílio. Eles não fornecem pra gente máscara, nem álcool e não fizeram nenhum tipo de alteração no coletivo para que a gente pudesse se sentir protegido”, reclama o líder do movimento.
O G1 entrou em contato com a prefeitura e a empresa Floresta, mas não obteve retorno até esta publicação. As empresas de transporte coletivo sofrem impactos econômicos desde a chegada dos aplicativos de mobilidade em Rio Branco em 2017.
Motoristas decidiram cruzar os braços para reivindicar pagamento de salários atrasados — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre.
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ACRE
No Acre, casos de Covid-19 chegam em 1.335 e estado já registra 40 mortes pela doença

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4 anos atrásem
9 de maio de 2020
Mais duas mortes foram confirmadas pela Saúde. Dos pacientes, 366 são considerados curados.
Foto: No Acre, casos de Covid-19 chegam em 1.335 e estado já registra 40 mortes pela doença — Foto: Marcos Vicentti.
O Acre registrou 158 novos contaminados pelo coronavírus neste sábado (9), fazendo o número total de casos sair de 1.177 para 1.335. O boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) confirmou ainda mais duas mortes por conta da doença, assim os óbitos saíram de 38 para 40.
As vítimas são um paciente um homem de 72 anos, que estava entre os transferidos do Pronto-Socorro de Rio Branco para a UTI do Instituto de Traumatologia e Ortopedia no Acre (Into-AC) na quinta-feira (7). Ele havia dado entrada no Pronto-Socorro de Rio Branco no dia 2 deste mês e morreu por volta das 10h10 desta sexta-feira (8) no Into. Segundo a Saúde, ele tinha diabetes, o que agrava o quadro de Covid-19.
A outra morte foi de um senhor de 83 anos que morreu na UPA do Segundo Distrito na quinta-feira (7). A Saúde confirmou que ele tinha outras comorbidades, mas não especificou quais.
Das 40 mortes registradas em todo o estado, 35 foram em Rio Branco; três em Plácido de Castro; uma em Acrelândia e uma em Tarauacá.
A Saúde também já contabiliza 366 altas. Dos pacientes que seguem em tratamento, 882 estão em isolamento domiciliar e 47 internados, sendo que onze seguem na UTI e 36 em enfermarias. Há ainda 373 exames na fila de espera.
Nesta sexta (8), Capixaba e Santa Rosa do Purus confirmaram os primeiros casos. Neste sábado (9), Brasileia também registrou o primeiro caso. Agora, das 22 cidades do estado, 17 têm confirmação da doença.
Até este sábado, o Acre já fez 4.768 exames, que 3.060 foram descartados, 1.335 confirmados e mais 373 seguem em análise. As cidades mais afetadas são Plácido de Castro, Rio Branco e Acrelândia. A taxa de contaminação no estado é de 151,4 casos a cada 100 mil habitantes. Por G1AC.
Casos de Covid-19 por cidades no Acre:
Cidade | Casos confirmados |
Acrelândia | 28 (11 casos a mais) |
Assis Brasil | 1 |
Bujari | 4 |
Cruzeiro do Sul | 46 (foi diminuído um caso) |
Feijó | 1 |
Mâncio Lima | 3 |
Plácido de Castro | 68 (6 casos a mais) |
Porto Acre | 8 |
Rio Branco | 1.124 (130 casos a mais) |
Sena Madureira | 5 (3 casos novos) |
Senador Guiomard | 15 |
Tarauacá | 16 (7 casos a mais) |
Xapuri | 11 (um caso novo) |
Epitaciolândia | 2 |
Santa Rosa do Purus | 1 |
Capixaba | 1 |
Brasileia | 1 (primeiro caso) |