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Mãe de Bin Laden desabafa pela primeira vez: “Fizeram uma lavagem cerebral nele”

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7 anos atrásem

A mãe e irmãos do antigo líder da Al-Qaeda aceitaram dar uma entrevista, 17 anos depois do ataque que vitimou quase 3 mil pessoas em Nova York, em um dos piores atentados da história.
Em entrevista exclusiva ao The Guardian, a mãe de Osama bin Laden decidiu falar pela primeira vez sobre o filho.
É Alia Ghanem quem capta todas as atenções da sala, embora também esteja acompanhada pelos dois filhos sobreviventes, Ahmad e Hassan, e seu segundo marido, Mohammed al-Attas, homem que ajudou a criar os três irmãos. Todos na família têm algo a dizer sobre Osama, o líder da Al-Qaeda que se tornou o inimigo número um dos EUA e que foi morto em um esconderijo no Paquistão em 2011.
“A minha vida foi muito difícil porque ele estava muito longe de mim. [Osama] era uma criança muito boa e gostava muito de mim”, lembra, acrescentando que era um rapaz tímido, mas muito inteligente.
Já na Universidade King Abdulaziz, em Jeddah, onde estudou Economia, Osama se tornou um jovem forte, tendo se radicalizado nessa época, revela a mãe. “As pessoas na universidade o mudaram. Ficou um homem diferente. Ele era um rapaz muito bom até ter conhecido algumas pessoas que basicamente lhe fizeram uma lavagem cerebral quando tinha 20 e poucos anos”.
“Podem chamar aquilo de culto. Conseguiram dinheiro para a causa. Eu dizia sempre para ele ficar longe deles, e ele nunca iria admitir o que fazia porque me amava muito”.
“Antes, todo mundo que o conhecia o respeitava. No início, estávamos muito orgulhosos dele. Até o governo saudita o tratava de uma forma muito nobre e respeitosa. E depois veio Osama, o mujahid [o combatente]”, comenta o irmão Hassan.
“Estou muito orgulhoso dele no sentido em que era o meu irmão mais velho. Me ensinou muito. Mas acho que não estou assim tão orgulhoso quando falamos dele como homem. Alcançou o estrelato mundial, e foi tudo por nada”, continua, depois de um longo silêncio.
“Já passaram 17 anos desde o 11 de setembro, e [a minha mãe] continua em negação sobre o Osama. Gostava tanto dele que se recusa a culpá-lo. Em vez disso, culpa todos os que estavam ao seu redor. Só conhece o lado bom da pessoa, o lado que todos nós conhecíamos. Ela nunca chegou a conhecer seu lado jihadista”, explica o irmão, quando a mãe se ausenta da conversa.
Questionado sobre o momento em que começaram a chegar os primeiros relatos sobre o ataque, o irmão admite que “foi um choque”.
“Foi um sentimento muito estranho. Soubemos desde o início [que tinha sido Osama], nas primeiras 48 horas. Do mais jovem ao mais velho, todos nos sentimos envergonhados por ele. Sabíamos que íamos enfrentar consequências terríveis. Toda a nossa família que estava fora voltou para a Arábia Saudita”, recorda.
Durante anos, Ghanem se recusou a falar sobre Osama, assim como o resto da família, que continua muito influente na sociedade saudita. Atualmente, com a nova liderança do país, encabeçada pelo ambicioso príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, a mãe concordou a dar entrevista.
O legado do antigo líder da Al-Qaeda é visto como uma praga no reino saudita, assim como na sua família, por isso, altos funcionários acreditavam que, ao permitir que os bin Laden contassem sua história, poderiam demonstrar que foi um pária – e não um agente – o principal responsável pelo 11 de setembro.
É importante ressaltar que vários críticos da Arábia Saudita alegam há muito tempo que o terrorista tinha apoio do Estado e várias famílias das vítimas do atentado lançaram, por enquanto sem sucesso, ações judiciais contra o país. 15 dos 19 sequestradores vieram da Arábia Saudita.
Na entrevista, a família foi questionada sobre Hamza bin Laden, o filho de 29 anos do falecido líder da Al-Qaeda, que já é considerado pelos EUA uma “ameaça terrorista”.
“Achávamos que todos tinham ultrapassado isso. Depois vi Hamza dizer que ia vingar a morte do pai. Não quero que ele também passe por isto. Se estivesse à minha frente neste momento, dizia: ‘Deus vai lhe guiar. Pense duas vezes no que está fazendo. Não cometa os mesmos erros que seu pai. Está entrando em partes horríveis da sua alma’”. Ciberia/ZAP
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni