DESCASO
Indígenas catam comida e roupas diariamente em caixas de lixo de Sena Madureira

PUBLICADO
3 anos atrásem

A reportagem do portal ContilNet flagrou na manhã do último domingo (30), três crianças indígenas catando comida em uma caixa de lixo, no município de Sena Madureira.
A cena é rotineira, já que muitas famílias indígenas saem de suas aldeias para viver mendigando na cidade.
As crianças estavam carregando sacolas plásticas cheias de resto de comida e alguns objetos que cataram nas caixas de lixo do bairro do Bosque.
De acordo com a moradora Maria de Fátima, do bairro José Nogueira Sobrinho, a situação demonstra desumanidade e precisa de uma atuação do poder público.
“É desumano. Os nossos representantes precisam fazer alguma coisa por isso. Embora eles tenham esse costume, também são seres humanos e precisam viver dignamente”, classificou.
Tentamos entrar em contato com a Fundação Nacional dos Índios (Funai) no Acre, pelo número (68) 3226-3985, mas não obtivemos resposta.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
Balneários de Brasiléia são fechados por falta de segurança
Taxa de ocupação em leitos de UTI para a Covid-19 é de 30% no Acre
Jovem que voltava do enterro do amigo é alvejado a tiros por dupla em motocicleta
Bandidos invadem festa de criança, matam homem a tiros e deixam 4 feridos na Baixada da Sobral
Jovem de 19 anos é executado com 10 tiros por bandidos em carro no Rui Lino
Em briga por ciúmes da sogra, mulher leva tijoladas na cabeça e desmaia na Baixada da Sobral
ACRE
Em Feijó, unidade de saúde da família não dispõe de médicos, e população aguarda ação do MP

PUBLICADO
2 anos atrásem
11 de agosto de 2020
Segundo consta no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, a Unidade de Saúde da Família Dulce A. A. Sena, em Feijó, interior do Acre, não dispõe de médicos.
Em Feijó, a unidade de saúde U.S.F. Dulce A. A. Sena informou no último dia 03/08/2020 que dispõe de 15 profissionais de saúde, mas nenhum é médico, dentre eles existem agentes comunitários de saúde, auxiliares em saúde bucal, técnicos de enfermagem, auxiliar de escritório e cirurgião dentista.

No portal do Governo Federal http://cnes.datasus.gov.br/pages/estabelecimentos/consulta.jsp responsável pelo gerenciamento das unidades de saúde dos municípios e estados, não consta informação quanto à existência de médicos na U.S.F. Dulce A. A. Sena.
Conforme o CNES, não há médicos devidamente cadastrados ou registrados na U.S.F. Dulce A. A. Sena. Consulte clicando aqui ou veja a relação de servidores aqui.
A Promotoria de Justiça de Feijó ainda não determinou instauração de diligências sobre o caso. Na internet, internautas afirmaram que o problema da falta de médicos em Feijó é do conhecimento da prefeitura municipal, e há tempos isso acontece no município.
A redação do Acre.com.br telefonou para a gerência da unidade, através do telefone (68)3463-3372, informado ao CNES, para obter informações quanto a existência de médico na unidade. No sistema do CNES, consta a Sra JORGINA DORA SILVA DA SILVEIRA como gestora responsável pela referida unidade de saúde. Porém, após inúmeras chamadas entre 08:30hs e 09:00hs, desta terça-feira, ninguém atendeu.
O contato com a redação poderá ser realizado através do e-mail: contato@acre.com.br ou WhatsApp (68) 99910-8808.
Relacionado
ACRE
Igarapé São Francisco, maior afluente urbano do Rio Acre, está morrendo

PUBLICADO
3 anos atrásem
27 de setembro de 2019
O igarapé São Francisco, o maior afluente da área urbana de Rio Branco, localizado na porção Oeste da Capital, está morrendo. Aliás, está sendo assassinado pela ação do homem na apropriação do espaço em suas margens e o impacto disso é que em toda a sua extensão, no trecho dentro do município, da parte que vai da ponte que dá acesso ao Distrito Industrial, na BR-364, até sua desembocadura no rio Acre, está totalmente poluído.
Em algumas partes, a água é preta e com odor insuportável. “Até os peixes estão morrendo. Quando nós viemos morar aqui, esse igarapé era uma beleza, com água limpa e fartura de peixe. Hoje é uma coisa que dá pena”, disse uma moradora das margens do igarapé na região o Distrito Industrial, num ramal localizado pouco mais de 200 metros de distância da BR-364. A poluição ali é causada, principalmente, pelos dejetos, inclusive fezes humanas, jogados diretamente dentro do igarapé a partir dos esgotos das penitenciárias “Francisco D’Oliveira Conde” e “Antônio Amaro”, os dois maiores presídios da Capital.
A poluição ali é causada, principalmente, pelos dejetos, inclusive fezes humanas, jogados/Foto: Reprodução
Os alertas de que o igarapé está morrendo vêm de longe e não são feitos apenas pelas pessoas que habitam suas margens. A comunidade científica também vem alertando que o São Francisco está sob risco desde 2017, de acordo com uma análise socioambiental feita em Rio Branco por pesquisadores da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir). O estudo foi apresentado durante XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, realizado de 26 de novembro a 01 de dezembro de 2017, em Florianópolis (SC).
Já naquela época, os pesquisadores mostraram que o crescimento urbano desordenado das cidades tem sido um desafio para o poder público de modo geral e isso acaba se refletindo nos igarapés, como é o caso do São Francisco, em Rio Branco. “A cidade enquanto construção humana, produto social, apresenta-se como forma de ocupação do espaço pelo homem. E essa forma de ocupação acontece a partir da necessidade das pessoas em realizar determinada ação, seja produzir, vender ou habitar. A moradia é uma necessidade básica para a vida. Sem ter onde morar a população de baixa renda constrói suas casas em áreas improprias para edificação como as margens de rios e igarapés que cortam as cidades. Este processo somado ao descaso do poder público tem feito dos rios urbanos uma verdadeira extensão das lixeiras, além de acelerar o movimento de massa, ou simplesmente erosão ocasionada pela retirada da mata ciliar. Uma evidencia clara desse processo é a área urbana do igarapé São Francisco”, diz o estudo dos pesquisadores.
O estudo mostra que o igarapé é uma sub-bacia do rio Acre e a maior da área urbana de Rio Branco, com pelo menos 20 km de extensão e suas nascentes localizam-se nos municípios de Rio Branco e Bujari e abrange 17 bairros da capital. A bacia do igarapé São Francisco possui uma extensão de 7% na área urbana de Rio Branco.
“O igarapé escorre na direção predominante de Oeste para Leste, desaguando no rio Acre a jusante da mancha urbana de Rio Branco, com percurso de 54,5 km e densidade de drenagem de 1,37 km², onde está bastante degradado devido a retirada da mata ciliar para a construção de moradias. O igarapé, durante os meses de inverno amazônico, tem o nível de suas águas elevado devido o auto índice pluviométrico, característico das regiões amazônicas”, aponta o estudo.
Pesquisadores locais, como o professor Claudemir Carvalho de Mesquita, também apontam que, ao atravessar a extensão do perímetro urbano de Rio Branco, o igarapé carrega o lixo e esgoto de mais de 17 bairros, desaguando no rio Acre sem tratamento, o que é agravado no período das cheias, onde as enchentes de grandes proporções provocam transtornos à população que vive ao entorno e transportam para o rio Acre não só um intenso fluxo de água, mais também todos os dejetos que recebe ao longo do curso.
A situação do igarapé, que um dia foi piscoso e também servia de fonte e área de lazer para a população de suas margens e de boa parte da cidade, também preocupa autoridades e o serviço público. O diretor-presidente do Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), André Hassem, disse que a responsabilidade pelos cuidados dos igarapés e mananciais da cidade é da Prefeitura Municipal, mas lembrou que o Governo do Estado está pronto para buscar parcerias a fim de impedir a morte do São Francisco.
Em Brasília, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) anunciou que o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica liberou R$ 5,5 milhões para execução da primeira fase do projeto Bacia do Rio Acre, cuja finalidade é resolver os problemas das cheias no inverno e a ameaça de desabastecimento de água durante os verões mais intensos. “Mas vamos trabalhar no sentido de incluirmos o Igarapé São Francisco neste projeto porque não podemos deixar o igarapé morrer simplesmente”, disse o senador.