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Igarapé São Francisco, maior afluente urbano do Rio Acre, está morrendo

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O igarapé São Francisco, o maior afluente da área urbana de Rio Branco, localizado na porção Oeste da Capital, está morrendo. Aliás, está sendo assassinado pela ação do homem na apropriação do espaço em suas margens e o impacto disso é que em toda a sua extensão, no trecho dentro do município, da parte que vai da ponte que dá acesso ao Distrito Industrial, na BR-364, até sua desembocadura no rio Acre, está totalmente poluído.

Em algumas partes, a água é preta e com odor insuportável. “Até os peixes estão morrendo. Quando nós viemos morar aqui, esse igarapé era uma beleza, com água limpa e fartura de peixe. Hoje é uma coisa que dá pena”, disse uma moradora das margens do igarapé na região o Distrito Industrial, num ramal localizado pouco mais de 200 metros de distância da BR-364. A poluição ali é causada, principalmente, pelos dejetos, inclusive fezes humanas, jogados diretamente dentro do igarapé a partir dos esgotos das penitenciárias “Francisco D’Oliveira Conde” e “Antônio Amaro”, os dois maiores presídios da Capital.

A poluição ali é causada, principalmente, pelos dejetos, inclusive fezes humanas, jogados/Foto: Reprodução
Os alertas de que o igarapé está morrendo vêm de longe e não são feitos apenas pelas pessoas que habitam suas margens. A comunidade científica também vem alertando que o São Francisco está sob risco desde 2017, de acordo com uma análise socioambiental feita em Rio Branco por pesquisadores da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir). O estudo foi apresentado durante XXII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, realizado de 26 de novembro a 01 de dezembro de 2017, em Florianópolis (SC).

Já naquela época, os pesquisadores mostraram que o crescimento urbano desordenado das cidades tem sido um desafio para o poder público de modo geral e isso acaba se refletindo nos igarapés, como é o caso do São Francisco, em Rio Branco. “A cidade enquanto construção humana, produto social, apresenta-se como forma de ocupação do espaço pelo homem. E essa forma de ocupação acontece a partir da necessidade das pessoas em realizar determinada ação, seja produzir, vender ou habitar. A moradia é uma necessidade básica para a vida. Sem ter onde morar a população de baixa renda constrói suas casas em áreas improprias para edificação como as margens de rios e igarapés que cortam as cidades. Este processo somado ao descaso do poder público tem feito dos rios urbanos uma verdadeira extensão das lixeiras, além de acelerar o movimento de massa, ou simplesmente erosão ocasionada pela retirada da mata ciliar. Uma evidencia clara desse processo é a área urbana do igarapé São Francisco”, diz o estudo dos pesquisadores.

O estudo mostra que o igarapé é uma sub-bacia do rio Acre e a maior da área urbana de Rio Branco, com pelo menos 20 km de extensão e suas nascentes localizam-se nos municípios de Rio Branco e Bujari e abrange 17 bairros da capital. A bacia do igarapé São Francisco possui uma extensão de 7% na área urbana de Rio Branco.

“O igarapé escorre na direção predominante de Oeste para Leste, desaguando no rio Acre a jusante da mancha urbana de Rio Branco, com percurso de 54,5 km e densidade de drenagem de 1,37 km², onde está bastante degradado devido a retirada da mata ciliar para a construção de moradias. O igarapé, durante os meses de inverno amazônico, tem o nível de suas águas elevado devido o auto índice pluviométrico, característico das regiões amazônicas”, aponta o estudo.

Pesquisadores locais, como o professor Claudemir Carvalho de Mesquita, também apontam que, ao atravessar a extensão do perímetro urbano de Rio Branco, o igarapé carrega o lixo e esgoto de mais de 17 bairros, desaguando no rio Acre sem tratamento, o que é agravado no período das cheias, onde as enchentes de grandes proporções provocam transtornos à população que vive ao entorno e transportam para o rio Acre não só um intenso fluxo de água, mais também todos os dejetos que recebe ao longo do curso.

A situação do igarapé, que um dia foi piscoso e também servia de fonte e área de lazer para a população de suas margens e de boa parte da cidade, também preocupa autoridades e o serviço público. O diretor-presidente do Imac (Instituto de Meio Ambiente do Acre), André Hassem, disse que a responsabilidade pelos cuidados dos igarapés e mananciais da cidade é da Prefeitura Municipal, mas lembrou que o Governo do Estado está pronto para buscar parcerias a fim de impedir a morte do São Francisco.

Em Brasília, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) anunciou que o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica liberou R$ 5,5 milhões para execução da primeira fase do projeto Bacia do Rio Acre, cuja finalidade é resolver os problemas das cheias no inverno e a ameaça de desabastecimento de água durante os verões mais intensos. “Mas vamos trabalhar no sentido de incluirmos o Igarapé São Francisco neste projeto porque não podemos deixar o igarapé morrer simplesmente”, disse o senador.

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Inscrições Abertas para o ENARE 2025 — Universidade Federal do Acre

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Inscrições Abertas para o ENARE 2025 — Universidade Federal do Acre

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publicado:
10/07/2025 14h10,


última modificação:
10/07/2025 14h10

Inscrições abertas para o ENARE 2025. (Exame nacional de Residências médicas, uni e multiprofissionais). Esse será o único meio de ingresso nos programas de Residência da Ufac em 2026.1. Publicação na rede social da COREMU: Link

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Ufac faz abertura da Semana de Enfermagem no campus Floresta — Universidade Federal do Acre

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Ufac faz abertura da Semana de Enfermagem no campus Floresta — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou a abertura da 16ª Semana de Enfermagem no campus Floresta, cujo tema é “Tecnologia na Enfermagem: Formação, Ética e Cuidado”. O evento, que começou na segunda-feira, 30, prossegue até quinta-feira, 3, no Teatro Universitário do Moa, reunindo estudantes, professores, profissionais de saúde e representantes de instituições de ensino da região, contando em sua programação com mesas-redondas, apresentação de trabalhos científicos e minicursos.

A cerimônia de abertura teve apresentação da banda de música do Comando de Fronteira Juruá — 61º Batalhão de Infantaria de Selva e dos símbolos da enfermagem, feita pela professora Maria Tamires Lucas dos Santos, além da execução do Hino da Enfermagem, feita pela professora Stefanie Ferreira Teles e pelo aluno Lucas Moura da Costa.

Também foi realizada uma homenagem à professora Kleynianne Medeiros de Mendonça Costa, em reconhecimento a sua trajetória no curso de Enfermagem da Ufac. Encerrando a solenidade, o professor Cristiano Gil Regis ministrou a conferência de abertura, abordando o tema central do evento.

A mesa de honra da abertura foi composta pela reitora Guida Aquino; pelo vice-diretor do Centro Multidisciplinar, Reginaldo Assêncio Machado; pela coordenadora do curso de Enfermagem, Vanizia Barboza da Silva; pela coordenadora regional de Saúde do Juruá, Tarauacá e Envira, Diani Carvalho Santos; pelo coordenador da Atenção Básica de Cruzeiro do Sul, Gilmar Giles de Oliveira; pela vereadora Manelisse Coelho Moura (Republicanos); e pela presidente da comissão organizadora da semana, Maria Aline do Nascimento Brandão dos Santos.

 



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Ufac apresenta projeto de melhoria para internet nos campi — Universidade Federal do Acre

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Ufac apresenta projeto de melhoria para internet nos campi — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, e o diretor do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), Jerbisclei de Souza Silva, apresentaram à comunidade acadêmica, nessa segunda-feira, 30, o projeto de melhoria da infraestrutura de internet do campus Floresta, em Cruzeiro do Sul. A apresentação ocorreu na Cinemateca do campus.

Durante o encontro, foram detalhadas as principais ações já implementadas e os avanços previstos para garantir maior qualidade na conectividade, não apenas no campus Floresta, mas também em outras unidades da Ufac.

Uma das principais melhorias é o aumento da capacidade do link de internet no campus Floresta, que passou de cem megabits por segundo (Mbps) para um gigabit por segundo (Gbps), representando uma ampliação de dez vezes na velocidade de conexão. O novo link foi ativado em 10 de março deste ano e já beneficia as atividades acadêmicas no campus.

“Essa é uma conquista muito aguardada pela comunidade acadêmica do campus Floresta. Sabemos o quanto a conectividade impacta diretamente o ensino, a pesquisa e a extensão e estamos trabalhando para garantir que todas as unidades da Ufac tenham acesso a uma internet de qualidade”, disse Guida Aquino.

Outra medida anunciada foi a contratação de serviço de internet via satélite de alta velocidade, por meio da Starlink, que funcionará como contingência em casos de falhas no link principal. As antenas devem ser entregues ainda nesta semana no campus Floresta e a instalação será realizada pela equipe de tecnologia da informação da universidade.

“O link via satélite traz mais segurança para o funcionamento das atividades acadêmicas, evitando que a falta de conexão terrestre comprometa o dia a dia da universidade”, explicou Jerbisclei de Souza Silva. 

Além disso, a Ufac anunciou que, a partir do próximo mês, a Unidade Marechal Rondon, que atualmente conta com banda larga convencional, passará a dispor de um link dedicado de alta velocidade, conectado à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), reforçando a infraestrutura tecnológica da universidade.

“As melhorias na conectividade são fundamentais para o fortalecimento da Ufac em todas as regiões onde estamos presentes. Essa é uma prioridade da nossa gestão e um compromisso com a qualidade do ensino e da pesquisa”, acrescentou Guida.

 



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