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baixo nível de água do Juruá compromete a navegabilidade e barcos “atolam” no rio

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6 anos atrásem

O manancial é a única “estrada” para cidades isoladas
O Rio Juruá que este ano chegou a alcançar mais de 13 metros, agora, em alguns pontos, tem poucos centímetros de lâmina d’água. A seca do Juruá compromete a navegabilidade e faz barcos encalharem no meio do manancial. Viagens feitas em 4 horas no inverno Amazônico, agora chegam à 8 horas.
A escassez no volume de água aumenta também as dificuldades na navegação e altera o tipo de embarcação utilizada para o transporte de passageiros e mercadorias para cidades do Vale do Juruá, como Porto Walter e Marechal Taumaturgo.
As potentes voadeiras e lanchas não navegam mais nesta época do ano e o tempo das viagens aumenta em até 4 horas para barcos menores, os rabetões e dias, para os batelões.
Às duas cidades dependem quase exclusivamente do Juruá para o abastecimento de alimentos, combustível, insumos hospitalares, material de construção, etc. Em aviões de pequeno porte que não mantém linhas regulares de voos, o valor das passagens chega a R$ 350 para voos que duram menos de 40 minutos.
Grande parte da população da região faz o trajeto entre Cruzeiro do Sul e Porto e Marechal Taumaturgo, nos expressinhos, como são chamadas, as empresas com barcos que fazem a viagens com preços que variam de R$ 70 a R$ 170.
Agora só os rabetões estão navegando e mesmo assim “atolam”, encalham na areia. Há também o grande perigo dos tocos e árvores inteiras no trajeto. Todas as dificuldades, exigem dos barqueiros, atenção máxima, conhecimento do rio e perícia para evitar acidentes. O barqueiro Anderson Souza, o Curupira, diz que mesmo conhecendo bem o Juruá tem muita dificuldade. “As areias se movem todo dia”, explica ele.
As viagens mais longas nessa época do ano são bem conhecidas da universitária Loudicéia Oliveira, que estuda em Rio Branco e nas férias do meio e do final do ano, volta pra casa em Porto Walter. Em dezembro, com o rio Juruá cheio, de voadeira vai de Cruzeiro à Porto Walter em menos de 4 horas. Agora foram 8 horas de rabetão subindo o Juruá. Para voltar foram 6 horas mesmo de descida, percurso que faria em duas horas e meia de voadeira. Ela teve que descer do barco e ajudar a empurrar para tira-lo de cima de um banco de areia. “A cada férias em casa encontro um cenário diferente” cita a estudante do curso de farmácia na capital.
A professora aposentada, Leontina Gomes, de 83 anos, encara a viagem de 8 horas de rabetão entre Cruzeiro e Porto Walter e lembra que “antes só havia batelões que levavam até 5 dias no trajeto”.
Menos de 100 km separam Cruzeiro do Sul de Porto Walter, mas não há estrada ainda ligando às duas cidades. Já há um traçado de 16 km de Porto Walter até o Rio Juruá Mirim. O prefeito de Porto Walter, Zezinho Barbary busca apoio do governo do Estado para executar a obra da entrada.
Rio Juruá
O Rio Juruá é um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas. Nasce nos Andes peruanos e desemboca no rio Solimões. Tem mais de 3 mil km, entra no Brasil pelo Acre – mais precisamente, pelo Parque Nacional Serra do Divisor, e é considerado um dos rios mais sinuosos da Bacia Amazônica.
Tem uma enorme planície de alagamento, por isso, em função do regime de seca e cheia dos rios amazônicos, dá origem a milhares de lagos todos os anos. Também por conta deste fenômeno, a altura do rio varia entre 12 a 15 metros
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Mestrado em Geografia da Ufac integra projeto de pesquisa em rede — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
7 de maio de 2025
O mestrado em Geografia (MGeo) da Ufac integra a equipe do projeto de pesquisa “Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas: Perspectivas para a Construção de um Modelo de Segurança Integrada Focada na Cooperação Interagências e Internacional”.
O projeto integra uma rede de pesquisa que envolve 22 universidades brasileiras e estrangeiras, 64 pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e 14 programas de pós-graduação no Brasil, entre os quais o MGeo da Ufac. Além de simpósios anuais para divulgar o andamento das pesquisas, o projeto prevê publicações de dissertações e teses.
O coordenador-geral do projeto é o professor Gustavo da Frota Simões, do programa de pós-graduação em Ciências Militares (PPGCM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. A proposta de pesquisa tem por objetivo geral analisar os desafios para defesa e segurança integrada da Pan-Amazônia e as fronteiras sul-americanas, partindo de uma perspectiva que engloba a segurança humana e avalia aspectos como migração, direitos humanos, crimes transfronteiriços e ambientais, visando à construção de políticas públicas.
Objetivos específicos do projeto
– Apresentar uma política pública de segurança integrada na faixa de fronteira, ancorada na realidade da Pan-Amazônia.
– Avaliar o impacto das migrações internacionais e demais fluxos de mobilidade humana na faixa de fronteira sob uma ótica de segurança.
– Discutir o conceito de segurança integrada e sua relação com a segurança humana e o desenvolvimento sustentável.
– Estudar como os crimes transfronteiriços e ambientais afetam a segurança humana das comunidades indígenas da região pan-amazônica.
6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações
O coordenador-geral do projeto, Gustavo da Frota Simões, e o professor Tássio Franchi reuniram-se com os professores do MGeo e a administração da Ufac de 31 de março a 3 de abril. A pauta da reunião foi o projeto e a realização do 6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações, que ocorre em 24 e 25 de junho, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede da Ufac.
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Em parceria com Exército, Ufac capacita alunos para desafios na selva — Universidade Federal do Acre

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3 dias atrásem
6 de maio de 2025
A professora Karlla Barbosa Godoy, do Centro Multidisciplinar do campus Floresta da Ufac, em parceria com o Comando de Fronteira Juruá/61º Batalhão de Infantaria de Selva (CFron Juruá/61º BIS), conduziu atividades no âmbito da disciplina Técnicas de Campo, envolvendo alunos dos cursos de Engenharia Agronômica, Engenharia Florestal e Ciências Biológicas. A ação ocorreu no sábado, 3, e no domingo, 4, no CFron Juruá/61º BIS, em Cruzeiro do Sul.
A proposta foi capacitar os participantes para atuar com segurança em ambientes de selva, desenvolvendo habilidades de sobrevivência, orientação, obtenção de recursos naturais e primeiros socorros em condições adversas.
“A iniciativa demonstra o firme compromisso da Ufac em oferecer aos seus acadêmicos uma formação integral e alinhada com as particularidades do bioma amazônico”, justificaram os organizadores. “Ao vivenciarem situações práticas, os estudantes internalizam conhecimentos e desenvolvem habilidades que os tornarão profissionais mais capacitados e conscientes da realidade local.”
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