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Acre tem cerca de 10 mil autistas e apenas três neuropediatras disponíveis

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A Associação Família Azul no Acre, uma das representantes da comunidade autista no estado, comemorou a sanção da Lei nº 13.861/2019, publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 19, que passa a incluir informações sobre pessoas com autismo nos censos demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, a entidade também pondera alguns problemas com relação a políticas públicas no Acre.
O maior deles diz respeito à saúde, que por sua vez implica diretamente na educação dessas crianças, já que elas precisam do laudo médico para obter mediador individual na sala de aula, caso necessário ou, ainda mais grave: não conseguem ter acesso à medicação específica. Dados atuais da associação apontam que o estado tem cerca de nove e 10 mil autistas contabilizados – entre crianças e adultos, e somente três médicos neuropediatras para atender a demanda infantil em todo o Acre.
Destas, duas residem em Rio Branco e a terceira mora fora do estado, vindo raramente ao Acre.
Para o presidente da associação, o déficit de profissionais da saúde representa um grande descaso para com a comunidade local. “A falta de profissionais especializados é o grande problema que existe no Acre, assim como no restante do país.
O diagnóstico do autismo é complexo e requer uma equipe, muitas vezes, de uma equipe multidisciplinar”, explica Abrahão Carlos Mota Púpio.
Segundo Púpio, existem muitas crianças e adultos espalhados pelos municípios do estado sem saber, sequer, que são autistas. “Alguns diagnósticos demoram anos para serem finalizados e a falta de profissionais na rotina de saúde dessas pessoas atrapalha muito”.
Na maioria das vezes, os pacientes precisam de um acompanhamento contínuo de psicólogos, neurologistas, terapeutas, psicopedagogas e da interação família-escola para evoluírem positivamente no tratamento, e o atendimento oferecido pela saúde pública local, em muitos dos casos, não tem sido suficiente ou agregados serviços necessários.
A estudante Ana Lice Xavier, de 25 anos, é mãe do pequeno Murilo, de apenas 6 anos, e confirma a precariedade de médicos disponíveis pelo estado no acompanhamento do filho, que mesmo com Desordem do Espectro Autista de Nível 1, sem a presença de prejuízos intelectuais ou verbais, também exige auxílio médico.
“Essa realmente é a questão que mais preocupa, que é a falta de profissionais especializados. A médica que atende meu filho, por exemplo, só está disponível para atender aqui uma vez por ano”, destaca.
O ac24horas procurou a secretaria de Estado de Saúde por meio de sua assessoria de comunicação, mas o departamento se negou a responder os questionamentos referentes ao déficit de neuropediatras no Acre.
Inclusão
A lei recém-sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro inclui as especificidades do transtorno do espectro autista nos censos demográficos.
Até então, não existiam meios para a inclusão de dados oficiais sobre as pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) no Brasil. O censo será realizado a cada dez anos.
“Vai possibilitar o desenvolvimento de novas políticas públicas mais eficientes. O censo é muito importante, pois se trata de uma pesquisa que chega em todo o Brasil, ate nos mais lugares mais distantes.
E uma mapa de onde estão e como estão esses autistas pode fazer com que autoridades federais, estaduais e municipais ofereçam politicas publicas melhores a essa população”, ressalta Abrahão Púpio.
Autismo
O Transtorno do Espectro Autista resulta de uma desordem no desenvolvimento cerebral e engloba o autismo e a Síndrome de Asperger, além de outros transtornos, que acarretam modificações na capacidade de comunicação, na interação social e no comportamento.
Há aproximadamente 70 milhões de pessoas no mundo com autismo. Só no Brasil, esse número é de 2 milhões.
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Mestrado em Geografia da Ufac integra projeto de pesquisa em rede — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
7 de maio de 2025
O mestrado em Geografia (MGeo) da Ufac integra a equipe do projeto de pesquisa “Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas: Perspectivas para a Construção de um Modelo de Segurança Integrada Focada na Cooperação Interagências e Internacional”.
O projeto integra uma rede de pesquisa que envolve 22 universidades brasileiras e estrangeiras, 64 pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e 14 programas de pós-graduação no Brasil, entre os quais o MGeo da Ufac. Além de simpósios anuais para divulgar o andamento das pesquisas, o projeto prevê publicações de dissertações e teses.
O coordenador-geral do projeto é o professor Gustavo da Frota Simões, do programa de pós-graduação em Ciências Militares (PPGCM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. A proposta de pesquisa tem por objetivo geral analisar os desafios para defesa e segurança integrada da Pan-Amazônia e as fronteiras sul-americanas, partindo de uma perspectiva que engloba a segurança humana e avalia aspectos como migração, direitos humanos, crimes transfronteiriços e ambientais, visando à construção de políticas públicas.
Objetivos específicos do projeto
– Apresentar uma política pública de segurança integrada na faixa de fronteira, ancorada na realidade da Pan-Amazônia.
– Avaliar o impacto das migrações internacionais e demais fluxos de mobilidade humana na faixa de fronteira sob uma ótica de segurança.
– Discutir o conceito de segurança integrada e sua relação com a segurança humana e o desenvolvimento sustentável.
– Estudar como os crimes transfronteiriços e ambientais afetam a segurança humana das comunidades indígenas da região pan-amazônica.
6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações
O coordenador-geral do projeto, Gustavo da Frota Simões, e o professor Tássio Franchi reuniram-se com os professores do MGeo e a administração da Ufac de 31 de março a 3 de abril. A pauta da reunião foi o projeto e a realização do 6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações, que ocorre em 24 e 25 de junho, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede da Ufac.
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Em parceria com Exército, Ufac capacita alunos para desafios na selva — Universidade Federal do Acre

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3 dias atrásem
6 de maio de 2025
A professora Karlla Barbosa Godoy, do Centro Multidisciplinar do campus Floresta da Ufac, em parceria com o Comando de Fronteira Juruá/61º Batalhão de Infantaria de Selva (CFron Juruá/61º BIS), conduziu atividades no âmbito da disciplina Técnicas de Campo, envolvendo alunos dos cursos de Engenharia Agronômica, Engenharia Florestal e Ciências Biológicas. A ação ocorreu no sábado, 3, e no domingo, 4, no CFron Juruá/61º BIS, em Cruzeiro do Sul.
A proposta foi capacitar os participantes para atuar com segurança em ambientes de selva, desenvolvendo habilidades de sobrevivência, orientação, obtenção de recursos naturais e primeiros socorros em condições adversas.
“A iniciativa demonstra o firme compromisso da Ufac em oferecer aos seus acadêmicos uma formação integral e alinhada com as particularidades do bioma amazônico”, justificaram os organizadores. “Ao vivenciarem situações práticas, os estudantes internalizam conhecimentos e desenvolvem habilidades que os tornarão profissionais mais capacitados e conscientes da realidade local.”
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